Antologia do Trapeixe – fase de brainstorm

julho 19, 2016 Deixe um comentário
tavern

Arte de Velinov, no Deviantart

Então começamos as reuniões online, voltadas exclusivamente para discussão em torno da produção dos contos para a nossa antologia.

Nesse primeiro momento, de julho até final de agosto, estamos na fase de brainstorm: discutindo temas gerais, talvez pertinentes para nossa produção. Dá pra dar uma olhada no cronograma proposto nesse link.

No entanto, será nesse post onde ficará mais detalhado cada proposta dessa primeira fase. O que se pretende discutir em cada reunião segue a tabela abaixo:

12 de julho Discussões iniciais: o que é fantasia? o que é uma referência europeia? como respeitar tradições ou cultura sem comprometer a liberdade criativa?
19 de julho Levantamento de quem já tem ideia de algum possivel tema; abrir espaço para que pessoas com alguma ideia em mente falem um pouco sobre; estipular data limite para definição de um cenário; definir (com base em quem já tem um cenário em mente) datas para discussão de referências que já estão sendo trabalhadas
02 de agosto exposição de referência 1
09 de agosto exposição de referência 2
16 de agosto exposição de referência 3
23 de agosto exposição de referência 4
30 de agosto Leitura dos resumos dos cenários que serão utilizados nos contos de cada autor

Por enquanto é isso. Hoje teremos nossa segunda reunião, 21Hs, via Skype.

Att,

RasRbk

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Antologia do Trapeixe – perguntas e respostas

julho 10, 2016 Deixe um comentário

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O objetivo desse post é esclarecer sobre a antologia que nosso grupo pretende organizar. – Sim, estamos organizando uma e pretendemos registrar aqui no blog como o trabalho está se desenvolvendo.

1. Qual a ideia?  

Elaborar uma antologia do grupo Taverna do Trapeixe. Pretendemos seguir um formato de revista digital, onde haja espaço para contos, HQs e ilustrações.

2. Qual o tema central da antologia?

O foco principal será a elaboração de histórias de fantasia com ambientações não-eurocêntricas. Para isso, as reuniões online serão para discutir assuntos relativos à esse tópico. Cada autor está livre para escrever o que achar importante, desde que consiga um resultado coerente com o desafio proposto.

3. Como será feito? 

O processo será feito em etapas, e cada etapa será para auxiliar e garantir uma produção contínua. Faremos reuniões por Skype para discutir, trocar ideias e incentivar uns aos outros durante todo o processo. 

Etapa 1: Brainstorming. Seminários temáticos.

Etapa 2: Definições iniciais do conto – onde ser que chegar? qual a sinopse da história?

Etapa 3: Escrita da primeira versão do conto. Será escrito toda a história de uma vez, para depois, em reuniões online, começar um primeiro processo de revisão.

Etapa 4: Revisão da primeira versão

Etapa 5: Entrega da segunda versão do conto

Etapa 6: Processo de segunda revisão (caso o autor ache necessário, do contrário, poderá auxiliar nas revisões de outros autores)

Etapa 7: Período de criação de ilustrações e revisões finais

Etapa 8: Diagramação e finalização

4. Quem pode participar? 

Qualquer membro do grupo Trapeixe pode participar. Mais tarde poderá haver abertura para autores de fora, mas dependerá da quantidade de material que conseguirmos desenvolver.

5. Qual o tamanho limite para os contos e HQs? 

Os contos poderão ter de 3 mil a 8 mil palavras e as histórias em quadrinhos de 10 a 20 páginas. Precisam ser histórias completas.

6. Existem datas específicas para cada etapa do processo? 

Sim. Temos um cronograma e uma previsão de finalizar a antologia no final de Maio de 2017. Segue abaixo um cronograma resumido:

Jul – 16 Ago – 16 Set – 16 Out – 16 Nov – 16
Discussões iniciais Período para escrita dos contos 
Brainstorm; seminários temáticos Definição de cenário /personagens Escrever primeiro resumo da história Entrega primeira versão do conto
Etapa 1 Etapa 2 Etapa 3 Etapa 4
Dez – 16 Jan – 17 Fev – 17 Mar – 17 Abr – 17 Mai – 17 Jun – 17
Período para escrita dos contos Diagramação/ Finalização
Revisão/Ilustração
Inscrição de textos de fora (caso haja necessidade)
Revisões Entrega segunda versão Revisões Deadline de todos os textos
Etapa 5 Etapa 6 Etapa 7 Etapa 8

7. Existe algum objetivo comercial com a antologia? 

Não. O único objetivo é desenvolver e divulgar nosso trabalho como grupo de escrita.

 

 

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Diretivas

À seguir, algumas diretivas que temos utilizado como base para a Taverna do Trapeixe, e alguns comentários sobre elas. Algumas delas são inspiradas no Shrodinger’s Petshop e muitas acabam sendo intuitivas.Sentimos que, na criação de tais diretivas o grupo começava a se delinear e as ideias começaram a realmente tomar forma. Elas não visam ser inflexíveis, até porque a proposta original da Taverna é a de um grupo adaptável a seus membros. Ainda não tivemos problemas com tais diretivas e, caso algum leitor tenha interesse, podem ser utilizadas como base para a criação de um grupo de escrita. Esperamos que sejam úteis.

 

IO foco da Taverna do Trapeixe é, principalmente, fantasia e ficção científica.

 

    Uma das grandes discussões tidas ainda quando o grupo começava a engatilhar tratava da decisão de direcionar ou não o conteúdo debatido em nossas reuniões. Isso ia desde “só discutiremos fantasia e scifi” a “discutiremos sem eixo algum”.

    A solução nos veio com a experimentação: A Taverna é receptiva a vários estilos de escrita, independente de classificação e de forma: roteiros e poemas já foram apresentados nas reuniões sem problemas. Contudo, o que ainda consome a maior parte do tempo são questões relativas a fantasia e ficção científica.

    Talvez por esses gêneros não terem seu devido espaço para serem discutidos em outros meios literários, talvez porque a fantasia e a ficção cientifica envolvem uma quantidade inesgotável de argumentos para análise e especulação, ou simplesmente porque a maioria dos membros têm seus trabalhos até agora voltados para esses gêneros, o fato é que essa diretiva surgiu como um aviso e como um guia: “Aos que escrevem scifi e fantasia, venham aqui. Aos que não escrevem, ainda assim poderemos te ajudar.”

II – São bem vindas pessoas de todas as idades, escolaridades e níveis de escrita. Basta apenas a vontade de escrever e querer se aprimorar.

    A ideia é: não discriminamos. Todo mundo teve que começar do “muito ruim”, até mesmo escritores lendários. E todo mundo tem que começar em algum momento, e dificilmente há um cedo ou tarde demais para escrever.

    Se você não tiver problema aceitando o grupo, dificilmente ele terá com você. Não há testes, nem iniciações formais: Você chega, senta-se, apresenta-se, participa. Leva algum planejamento ou escrito seu se desejar, ou apenas assiste uma das reuniões para se familiarizar. Não há obrigações de regularidade depois que você se une à Taverna, ainda que cada presença adicional tenha o potencial de ser mutuamente construtiva.

III Toda escrita tem seu ponto forte.

    Damos a esse princípio o nome de “Gostei… do início”

 

 

IVCríticas não devem ser direcionadas ao autor, mas sim às suas obras.

    Se algum conteúdo apresentado na reunião não for de seu agrado, tenha em mente que aquilo não classifica imediatamente seu autor como um autor ruim. Autores bons escrevem textos ruins, embora não seja com frequência que os publiquem. A Taverna é o local onde todos têm uma chance de errar para melhorar. Dizer a um autor que ele é simplesmente ruim e que deveria desistir da escrita serve apenas para desestimulá-lo ou irritá-lo. E isso, frequentemente, não contribuí em nada, principalmente porque não diz onde ele deve se esforçar para melhorar.

 

 

VTodas as críticas devem ser construtivas. Não fale que algo está simplesmente ruim, mas dê a sua opinião do porquê e sugira como melhorar.

    “Odiei”, “ficou feio” e “precisa melhorar” isoladamente não indicam muita coisa. Quando você diz “A história ficou muito corrida, os personagens pareciam surgir do nada e não tinham uma profundidade convincente – eu não consegui gostar ou odiar nenhum deles”, a autora vai saber o que tem que corrigir.

    Saber que algo está errado, mas não o que, já ajuda, mas é uma ajuda mínima. O escritor pode acabar mudando partes que se encaixaram muito bem na tentativa de refazer um texto bom e, pior ainda, deixar a parte que estava ruim sem grandes melhorias. Por isso, fale dos detalhes da história, reclame de cadência e pontuação, do formato dos parágrafos, da verossimilhança e coerência do mundo, das descrições e ambientes. Mas tente entender o motivo de reclamar sobre cada uma dessas coisas, e passar isso ao escritor. Isso será bom para ele, e será bom para você, pois o ajudará a amadurecer sua capacidade de análise.

VICaso não consiga ou não aceite ouvir seus trabalhos serem criticados, por favor não venha. É para isso que estamos aqui. E não para nos congratularmos e constatarmos o quão perfeitos são nossos textos.

    Não há espaço para melhorar se você acha que sua obra está perfeita. Por melhor que você acredite ser, sempre há algo que pode ser aprendido. É mais certo que um escritor que se recusa a ver defeitos em sua obra e crê ter atingido o ápice tenha um horizonte mais reduzido do que o que tem tendência a não gostar do que escreve.

 

 

VIIVocê não precisa mudar algo só porque alguém não gostou. Mas pelo menos ouça o que têm a dizer.

    Nem sempre as opiniões dos outros membros irão melhorar suas histórias. E a história é sua afinal, então cabe a você decidir o que deve ser incluído, removido ou modificado nela. Ainda assim, pare e ouça. Argumente se necessário, mas tente não descartar qualquer contribuição. Se criamos uma cultura de críticas construtivas, a pessoa que as recebe deve ser tão respeitosa com elas quanto a pessoa que se esforçou para explicar ao máximo o que não gostou do texto. Além disso, uma ideia que não se adeque a um projeto atual pode ser uma ideia brilhante para um projeto futuro.

 

 

VIIIHaverá bolo

    Não acredite naqueles que lhe disserem que é uma mentira.

 

 

IXCaso um dos membros ou aspirantes de alguma forma esteja atrapalhando a atividade e a harmonia do grupo prolongadamente, ele pode ser convidado a “retirar-se”  por um tempo indefinido.

    Essa é uma diretiva drástica que felizmente até hoje não precisou ser acionada, mas ainda assim é importante que ela exista. No caso extremo de um membro que frequente o grupo prejudicar as reuniões com frequência, causando mau estar às pessoas e arruinando os encontros, entendemos que o indivíduo se tornou um membro disfuncional, sendo maior o benefício adquirido com sua remoção que com sua permanência.

 

 

XFlechas no joelho não são desculpa para se ausentar das reuniões

    Mas podem te privar de algumas aventuras.

 

 

XIPor menor que seja, tente escrever ou produzir algo toda semana.

    É bom como exercício, e alguns dos membros já disseram que motivá-los a alcançar tal meta semanal foi uma das maiores contribuições da Taverna. “Algo” podem ser anotações, pode ser um conto a ser lido, um capítulo, entre outros. Nem sempre precisa ser algo escrito, visto que ideias de histórias e levantamento de temas costumam gerar discussões longas e produtivas.

    Mesmo não tendo produzido nada, todos ainda são bem vindos, se quiserem conversar sobre os temas abordados e discutir o que os outros fizeram.

 

 

XIIPreferencialmente, as decisões do grupo devem ser tomadas através de consenso.

Embora existam momentos onde apenas uma votação servirá para resolver certas disputas, aprendemos que as decisões mais satisfatórias surgem do meio termo entre as opiniões de todos os presentes.

XIILer é importante. Leia bem e não se limite ao gênero que pretende escrever.

    Ler e escrever estão intimamente ligados. Leia o que você gosta, leia o que você não sabe se gosta, experimente. Boa parte da rota para aprender qualquer coisa está em copiar, e quanto mais variadas são suas fontes, mais sua visão estará mais estendida para ver surgir seu próprio estilo. Mas aprenda também a ler criticamente: leitura desenfreada sem reflexão alguma pode não ser tão benéfica.

   

XIIVocê não pode ser o Trapeixe. Ninguém pode.

    Você perdeu um olho e um braço? Tem uma Taverna? Atira com uma besta pesada e a recarrega com uma única mão…? Então nem tente.

 

 

Essas são as diretivas principais que temos abraçado. Felizmente todos os membros acabaram seguindo-as – mesmo os que sequer sabem de sua existência – e nunca tivemos problemas dentro do grupo.

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Entendendo um roteiro cinematográfico, ou não.

Olá pessoas, este é meu primeiro post aqui no Trapeixe, então sejam bonzinhos comigo. Eu havia prometido começar a escrever aqui a muito tempo aqui, mas por pura vagabundagem falta de inspiração e concentração para trazer um conteúdo realmente relevante. Bem, não sou bom sendo prolixo, por isso, saiba que hoje você entendera um pouco mais, ou não, sobre roteiros cinematográficos.

A primeira pergunta a ser feita é o que é um roteiro?

Um guia para ser filmado? Uma grande coleção de idéias co-relacionadas? Uma série de imagens com cenas e seqüências juntas com notas de diálogos por aqui, ou por ali? Inicialmente sabemos que ele não é um romance, ou nem uma peça de teatro. Por quê?

Olhe um romance e tente ver a natureza essencial dentro dele, geralmente, ele acontece dentro da subjetividade do personagem principal. Enquanto, no roteiro, estamos privados de pensamentos, sentimentos, memórias, esperanças, ambições e opiniões dos personagens. Salvando exceções, num romance as ações acontecem dentro do universo mental dos personagens. Já na peça de Teatro, a ação ou enredo, acontece no palco. Sob o arco proscênio – aquele lance de ter que sair do palco pelo lado que entrou – e a platéia. Como em uma casa de bonecas, aonde a quarta parede e o teto são retirados e podemos ver dentro da vida dos personagens. Eles falam das suas vidas, seus medos e desejos. No universo verbal dos personagens.

O roteiro cinematográfico é um pouco diferente. O filme é um meio visual que dramatiza um enredo básico. Agora você pode estar se perguntando, mas durante um livro, ou peça teatral. Não dá para atingir os mesmo efeitos com esta, ou outras, formas. São diferentes efeitos midiáticos trata-se de imagem, voz, som, lugar, realização e tudo localizado em um contexto de uma estrutura dramática.

Todos os roteiros cumprem esta premissa básica uma “pessoa”, num “lugar”, vivendo uma “coisa”. Como a analogia do jogo de xadrez, os personagens são as peças, se precisa de um tabuleiro, um jogador para jogar e as regras para que tudo isso aconteça. Com consciência precisamos saber que o roteiro deve tratar do “jogo” de forma, clara e objetiva, sem nenhuma ambigüidade ou subjetividades. Vamos seguir a analogia do xadrez, quando você joga. Você sempre sabe como se comportam as peças, pra onde elas são ou como elas vão para determinado lugar, da mesma forma isto deve estar descrito no Roteiro, como os personagens são, quais sãos suas necessidades e aparência. Bem, mas não queremos que isto seja uma interferência para o roteiro principal, por isto, é bom fazer uma aba de descrição de personagens principais. Outro cuidado importante é com a descrição do cenário, seja objetivo quanto ao que você quer mostrar em cada cena, evite floreios e abstrações exageradas dentro de um roteiro, subjetividade não pode ser vista, tente lhe dar com o que se pode ver e ouvir. Quanto ao “jogo”, procure mostrar as peças e o cenário criado utilizando a trama, só não se esqueça de tratar isto com muita objetividade, utilizando corretamente os planos de filmagens, deixe claro o que se passa em cada seqüência.

Vou usar como exemplo este fragmento do roteiro.

 

SEQ. 40 – DIA / INT. / FLAT DE HORÁCIO – SALA + BANHEIRO + QUARTO

Um homem mais jovem que seu pai abre a porta.

Mano fica paralisado.

GUSTAVO (TENSO)

Oi Mano. Entra. Seu pai está pra chegar.

Mano entra meio ressabiado.

GUSTAVO (TENTANDO QUEBRAR A TENSÃO)

Senta aí. Você já viu a entrevista do seu pai na revista?

Mano senta. Pega uma revista dobrada numa página e vê.

Vemos entrevista ping pong com foto e nome do pai. Título está escrito:

HORÁCIO MARTINS: NOVAS MÍDIAS CRIAM CONSUMIDORES MAIS CRÍTICOS

Gustavo senta em frente a Mano. Pega uma revista descolada, em inglês, que estava lendo. Os dois se olham superconstrangidos. Momentos de silêncio tenso.

Mano anda pelo apartamento do pai, lentamente, como se invadisse uma área proibida. Entra no banheiro. Enquanto faz xixi, Mano observa duas escovas de dente no potinho, em seguida, vê duas toalhas coloridas secando no box. Fica nervoso. Mano sai pelo corredor, vê a porta do quarto entreaberta. Empurra lentamente e olha lá dentro. Vê uma cama de casal com os lençóis desarrumados, com dois travesseiros amassados e roupas jogadas numa cadeira. Num canto ele vê dois pares de chinelos masculinos lado a lado. Mano aperta o passo, passa pela sala, apressado, e sai do apartamento sem falar com Gustavo.

Trecho retirado do roteiro do filme “As Melhores coisas do mundo

Apesar de não ser um roteiro tão impressionante ou com um detalhadamente mais profundo, principalmente por que o mérito deste filme está especialmente na Direção de Fotografia e Direção de atores.De qualquer forma, podemos facilmente utilizar este fragmento para fins didáticos, note que a cena é bastante clara e objetiva, ele basicamente só utiliza o que os produtores e o diretor vão utilizar, de forma funcional, em geral sem floreios.

Bem, tentei simplificar um pouco o conteúdo, para não deixar algo excessivamente técnico e cansativo, Se for necessária uma explicação mais técnica é só pedirem! Para conhecer outras coisas que eu escrevo, meu outro blog. No mais, Nada más.

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Criação de Personagens Orientada a Perguntas – parte 6 – Passado

Em primeiro lugar, gostaria de me desculpar pela demora de continuar com essa série de posts. Alguns meses atrás eu comecei a escrever meu primeiro romance (ou, pelo menos, o primeiro que prometi a mim mesmo terminar) e fiquei bastante concentrado nessa tarefa, além de ter feito um blog pessoal para falar deste meu projeto.

Em segundo, no ultimo post dessa série, comentei que iria falar agora de presente, passado e futuro. No entanto, decidi separar em três postagens diferentes. Se por um lado isso fará com que a conclusão demore mais para chegar, por outro permitirá eu apresentar melhor os exemplos que eu vinha fazendo, além de deixar o texto um pouco mais enxuto e mais específico.

Bom, vamos ao terceiro fluxograma então.

 

As etapas anteriores da construção do personagem tratam principalmente sobre quem ele é agora, sendo esse o primeiro fluxograma a se voltar para o que já passou. Talvez a primeira idéia de um fluxograma sobre o passado, seja de que será pensado sobre quem ele era na infância, na adolescência ou em qualquer período que anteceda o presente da narrativa. Isso é algo muito interessante, se não importante, de se pensar. No entanto, o fluxograma apresentado por Lisle tem outra função.

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Psicodrama: o que é e como pode ajudar na criação de mundos e personagens.

Em meu primeiro post aqui no Trapeixe falarei sobre criação de personagens e mundos, não segundo algum autor renomado ou crítico literário respeitado, mas sim sob a perspectiva psicológica, mais especificamente a partir do viés psicodramático. É, muita informação de uma vez só, mas vamos por partes.

Sabemos que as criações carregam certa dose de características e experiências do criador, conteúdo este que fica espalhado (porque “escondido” não seria o termo mais adequado) entre as personagens, as ambientações, o enredo e o estilo de escrita. Querendo ou não o artista (no nosso caso o escritor) representa partes de si em sua arte.

Renan, na reunião do dia 14/06, falou um pouco sobre como pode ser utilizado o método Microscope  como forma de estruturar a linha cronológica de um mundo fictício, estabelecendo períodos, dentro dos quais estão os eventos, que abrangem uma ou mais cenas. Ao todo, é um método muito eficiente de criação grupal de mundos e, em menor escala, de personagens e que me chamou muito a atenção devido a características bastante semelhantes a algumas práticas da escola humanista do psicodrama.

“Mas afinal que raios é o psicodrama?

De maneira bem resumida, o psicodrama é uma prática psicológica criada pelo psiquiatra romeno Jacob Levy Moreno (1889 – 1974), tendo como objetivo oferecer ao sujeito ou a um grupo (sendo assim classificado de Sociodrama) uma maneira expressiva e expansiva de resignificar eventos, compreender e “tratar” as próprias questões através da linguagem teatral e do uso contínuo da imaginação e espontaneidade. Durante as dinâmicas psicodramáticas é necessário que o(s) sujeito(s) entre em contato com seus próprios papéis e, a depender da situação, com os papéis de outras pessoas. Papel, conceito fundamental da teoria de Moreno, nada mais é do que uma possibilidade identificatória que nos diz respeito. Cada um de nós teria vários papéis, um para cada dimensão do eu (vulgo self), e os utilizamos no dia-a-dia sem quase nos dar conta (por exemplo o cara gente fina do 10º andar que sempre fala com o porteiro, o namorado ciumento, o bom aluno, o vagabundo, etc).

Certo, entendi. Mas finalmente, como isso possivelmente pode me ajudar a elaborar um mundo e os personagens?”

Dentre as várias técnicas psicodramáticas existem duas em particular que podem ser de grande utilidade ao escritor: a Dramatização em Cena Aberta e a Técnica de Inversão de Papéis.

A Dramatização em Cena Aberta se assemelha em várias maneiras ao Microscope, pois exige que haja a construção coletiva de um plano de fundo (Cenário) e especificação do espaço temporal abarcado pela cena (que pode ser de horas, dias, anos, milênios…). A partir dessas definições básicas são apresentados os personagens (Papéis) e a dramatização se desenvolve de maneira a favorecer o improviso, porém evitando sair do papel representado no momento. Essa prática é bastante útil para elaborar eficientemente as situações-chave da narrativa a partir de pontos de vista específicos (um assassinato testemunhado por um mendigo escondido entre os sacos de lixo, por exemplo), potencializando a imersão que o leitor terá ao vislumbrar a cena.

A Técnica da Inversão de Papéis é passível de aplicação em conjunto com a Dramatização em Cena Aberta, uma vez que ela trabalha com a alternância do ponto de vista acerca de um mesmo evento. Por exemplo: a pessoa que representou o mendigo no exemplo acima passa a ser o assassino, a vítima vira o mendigo e o assassino vira vítima. Dessa maneira consegue-se ter uma compreensão a partir de todos os pontos de vista sobre o acontecido, saindo de lugares-comuns como “o assassino é mau” através da relativização. Com a utilização dos fundamentos dessa técnica não só o leitor terá um retrato mais rico a partir das várias interpretações, como também haverá uma melhor compreensão, por parte do escritor, das suas personagens.

Um exemplo claro da funcionalidade desses métodos é a tão aclamada série de livros As Crônicas de Gelo e Fogo, do mestre George R. R. Martin. Através dos vários personagens-foco o leitor vê que nem sempre o antagonista do personagem X é um ser vil e cruel, mas que está apenas agindo de acordo com parâmetros morais diferentes daquele personagem considerado “bom”.

Enfim pessoal, espero ter ajudado. Tentei simplificar o mais que pude sem perder ou distorcer os termos e significados, mas se ficaram dúvidas é só perguntar, ok?

O que um Escritor NÃO deve fazer. [Parte 1 – O Escritor]

Não, não, não!!!!!!!

Eu amo blogs. Sou uma viciada (mas estou em recuperação), mudava de blog a cada três meses, no máximo, e agora já canto vitória com um que tem um ano. Como escrever é um mix de vício e desabafo é impossível não soltar todo o seu talento criativo ali naquele espacinho pessoal/público. É delicioso, te dá um poder enorme e pronto: você saiu do armário via blog, você agora é um Escritor (o mesmo vale pros sites de fotos,  com vlogs e por aí vai) um formador de opiniões e com voz e espaço pra escrever tudo o que quer e inclusive mostrar seu talento literário.

Só que não.

Temos que ter limites e lembrar que ser um Escritor é muito, muito mais coisa que cuspir todos os seus sentimentos/cotidiano/nonsense em palavras no seu amado blog.

Então vamos a listinha:
Primeiro: Defina o que você quer das suas palavras. O fato de você ter um blog não quer dizer que você é um Escritor, uma fanfiction postada em um site de fanfictions também não. Você pode criar um blog pra falar besteiras, contar piadas, comentar notícias e criar poemas de jardim de infância. Você não DEVE se considerar um escritor por isso, qualquer pessoa alfabetizada tem essa capacidade e seu blog não merece um livro, um Pulitzer ou a minha atenção se você ainda não é um escritor.

Depois de decidido que você vai ter um blog que terá suas histórias (nesse ponto você já descobriu que gosta de escrever histórias) publicamente apresentadas você precisa levá-lo a sério (e eis meu grande divisor de águas, em experiência pessoal é a primeira vez que vou criar um blog meu que será totalmente voltado para o que eu escrevo). Então nada, eu disse NADA, de contar piadinhas, fazer de diário, comentar notícias de celebridades ou qualquer coisa não relacionada com o que você se propôs a escrever. Perde a credibilidade, foge a linha de raciocínio, desinteressa o leitor e desestimula o acompanhamento. Caso queira, tenha um blog pessoal, fale todas as suas besteiras lá, vomite imbecilidades e incongruências você TEM todo o direito, mas não no blog onde você se propõe a escrever e ser levado a sério pelo que escreve. Deve ser pensado que as pessoas vão começar a se interessar pelo que você posta, acompanhar a sua evolução (a sua carreira posteriormente) e você se tornou dono de um veículo independente de informação cultural e tem responsabilidades com ele (viva o Tio Ben, do Homem Aranha).

Ótimo! Você agora tem um blog pra chamar de seu! Sinta-se importante.
Mas tenha limites.

Como Thales muito sabiamente colocou na reunião virtual de hoje (31-05-12) há um efeito bizarro que acontece com os autores ruins (entre outras pessoas incapazes) que se chama Efeito Dunning-Kruger , onde indivíduos incapazes sofrem de superioridade ilusória, avaliando erroneamente suas habilidades como muito melhores do que realmente são.  Isso é atribuído a uma inabilidade metacognitiva desses individuos de ter capacidade o suficiente de reconhecer seus próprios erros.
O que quero dizer com isso? Que a pessoa é tão ruim que nem enxergar a cagada que está fazendo consegue, nem pintada de roxo com bolinhas amarelas.

Por outro lado, tem o indivíduo altamente capaz, que enxerga tão bem seus próprios defeitos que tem vergonha de concluir o feito (o conto, o livro, a situação) por se achar inapto. Não é interessante?
Caro coleguinha pretensioso, como nós do trapeixe: Não caia nesse efeito!
Enxergue seus defeitos e não considere-se superior ao fazer uma piadinha de meme no seu blog. Você certamente entrará no top 10 fracassos do ano, junto com as mulheres fruta e os ilustres desconhecidos de reality show.

Segundo: Você começou a escrever, tá bombando de comentários, chegou nos 35 capítulos e tudo que você ouve é “UAU, adoreeeeei, escreve maaaais, vc é minha Stephenie Meyer, minha Thalita Rebouças, ti amuuu” da galerë de 14 anos que te idolatra e acompanha fielmente. Você se considera não só um Escritor, mas “O ESCRITOR”.

Só que não.

Bora acalmando o seu coraçãozinho adolescente, pra escritor ainda falta muito. E parte essencial é ler. Ler aumenta seu vocabulário, impede a dislexia braba que a galerë tem desenvolvido aí, te torna mais inteligente, mais crítico, mais sexy e mais interessante.
Mas nem todo pretensioso lê. E mesmo assim insiste em auto intitular-se “O ESCRITOR”. Você está fazendo isso MUITO errado.
Sou extremamente crítica e altamente chata com tudo que eu leio, e não-sou-a-única. Postei uma vez um texto no skoob que vou colar aqui pra ilustrar.

“No Brasil tem leitor. Mas infelizmente os leitores não são de qualidade. Como assim a culpa é do leitor? Claro que é. Não tem qualidade o leitor que não percebe os erros e a falta de capacitação do autor que escolheu pra ler. O autor pode ser ruim, mas o leitor também o é ao aceitar e idolatrar autores que como ele, um dia foram péssimos leitores.

Mas como ainda não podemos mudar os leitores, tentaremos forçar na mente dos autores que NÃO SE DEVE ESCREVER 200 PAGINAS DE BOBAGENS e publicar. Uma história começa com uma idéia, mas UM LIVRO é muito mais que uma idéia. É uma construção, um processo de aprendizagem eterno e constante.

Vejo autores brasileiros que tem um enorme potencial, mas que não sabem escrever porque não sabem ler!
Os personagens são superficiais e vazios, a adaptação do tempo espaço com frequência apresenta erros e principalmente a narrativa vem com 29834378 assassinatos da gramática de meu amado português brasileiro.

Por favor, leiam e estudem antes de escrever, se dediquem MUITO antes de publicar.”

Acho que nem preciso comentar, cometo sincericídios mesmo.
Porém há (como Juliana, Thales, Rebeca, Renan e Heitor) leitores de muita qualidade, com uma grande bagagem e uma boa compreensão sobre livros. O suficiente para não confundir um escritor com um pretensioso ato falho. Escrever, ao contrário da opinião de alguns grandes idiotas autores-de-romance-de-banca-de-jornais, exige técnica sim. Exige esforço, disciplina, sacrifício e acima de tudo ser um bom leitor. Se você não sabe ler, meu caro pretensioso, como acha que vai saber escrever? Se está limitado aos livros da moda (não sendo O Senhor dos Anéis, que não gosto mas assumo ser uma obra  prima digna de prêmio Nobel da Paz) você não terá capacidade o suficiente para distinguir um livro bom de um livro ruim, vai se basear no livro ruim e vai escrever ainda mais porcarias, e acredite, o mundo não precisa delas, já temos tv aberta.

E para finalizar esse já imenso post (parabéns ao bravo guerreiro pretensioso que chegou aqui, você está no caminho que começa com a perseverança) mas não menos importante.

Terceiro: Você leu muito, escreveu pacarai, descobriu a diferença entre o bem-escrito e a vergonha alheia, os comentários no seu texto agora incluem ávidos leitores de coisas interessantes, reúnem deliciosas críticas construtivas, você é um escritor!

Só que não.

O trabalho acabou de começar. O que listei aqui, até agora, é só uma parte minuscula do trabalho que é ser um escritor. São passos simples pra ter noção e bom senso antes de querer publicar algo. Você chegou na base da pirâmide, parabéns, 60% da população mundial não tem bom senso o suficiente pra chegar até aqui e fica passeando pelo mundo tipo nêutrons. Agora você percebeu que tem um longo, estúpido e cruel caminho pela frente. Não basta ter senso crítico pra se tornar um bom escritor, você não pode abrir mão do que outros escritores tem a lhe ensinar. Precisa aprender tecnicas, estudar mercado, descobrir sua “musa”, perseverar, estudar gramática.

Estudar gramática.

Paragrafo único:
É proibido ter erros de português. E não incluo erros de digitação, falo de erros ortográficos graves, erros de concordância. É SIM, proibido. Ninguém está te pedindo que decore detalhes e nunca erre, isso é humanamente impossível. Mas tenha total atenção ao que faz, erros grosseiros denigrem sua imagem, a imagem da editora, a imagem do revisor e por aí vai.

Me despeço aqui com a certeza no coração e aguardando as críticas cruéis dos “OZADOS” pretensiosos que me lêem com tomates na mão. Nos vemos no próximo episódio de “O que um Escritor não deve fazer”.

***

Thálatta (Bellatrix) Monteiro é aluna de História da UFRRJ, pretensiosa do Trapeixe, mãe de 34 animais e ativista nas horas vagas.

Faça boa arte.

maio 21, 2012 26 comentários

Assisti hoje a este vídeo com o discurso que Neil Gaiman deu na cerimônia de graduação de estudantes de arte da Filadélfia. E gostei muito. E tem tudo a ver com quem quer ser escritor, ou quem quer trabalhar com arte. Ou quem quer ter uma vida que valha a pena.

Senti vontade de compartilhá-lo com mais pessoas, e procurei alguma versão em português, mas não achei. Então aproveitei que ele estava transcrito, e traduzi-o.

Compartilho aqui a tradução, para que essa fala que considero inspiradora alcance mais pessoas. 🙂

Edit: fizeram uma tira bem legal com um trecho do discurso. Eis seu início, para dar um gostinho. Se quiser ver o resto, é só clicar na imagem. 😉

(Para a tradução, clique para continuar lendo.)

Leia mais…

Reeducação Postural Global. Só que não.

abril 26, 2012 1 comentário

Pois bem. Falamos de heróis, falamos de vilões, de lutas e referências. Como eu sou um poço de imaginação (só que ao contrário), desde a semana passada eu não faço a menor idéia do que seria o tema da minha próxima postagem.

Fazia.

Meu tema para hoje será algo que, embora eu tenha referenciado vááááárias vezes durante meus últimos textos, acabei não falando nada específico. Creio que muitos dos leitores desse blog jogam, mestram, assistem, lêem ou ao menos já ouviram falar de RPG.

Talvez um ou outro leitor desse blog não saiba o que é RPG, então aqui vai um resumão da coisa: RPG (roleplaying game) é nada mais que um jogo em que você interpreta um personagem dentro de uma história narrada por um outro jogador (o mestre). Normalmente um mestre narra a história para um grupo de jogadores, e cada jogador atuando um personagem, fazem um grupo de heróis que vive aventuras imaginadas. Para que a aventura não fique abstrata demais, existem fichas com as informações de cada personagem e testes utilizando dados fazem saber quais ações foram ou não bem-sucedidas: desde atacar um monstro com uma espada até abrir uma porta trancada usando ferramentas. O limite para onde as aventuras podem acontecer e o que os personagens podem fazer dentro das aventuras é o limite da imaginação dos jogadores. Se eu consegui me expressar direito, você deve ter imaginado um jogo de faz-de-conta pra adultos. É mais ou menos isso.

Mulheres jogando RPG? PFFFT

Eu comecei a jogar RPG em um período super trash da minha vida. Era o típico loser na escola, a garota de quem eu gostava (que depois veio a ser minha primeira namorada, olha só) achava que eu era o próximo amigo gay dela, não tinha amigos, minhas notas estavam horríveis e eu morava na casa da minha avó, que na época era o equivalente IRL de Sauron, o Senhor do Escuro. E o RPG meio que me tirou desse fosso.

Antes que isso vire um diário, digamos que o carinha que eu mais odiava no colégio veio convidar um tio meu pra jogar RPG e esse meu tio disse que não queria mas que eu poderia me interessar. O bully maldito virou um dos meus melhores amigos depois daquele dia. Desde a primeira primeira sessão (Harry Potter, me julguem) me apaixonei pelo hobby. Naquela época eu era meio alheio, apenas jogava sem entender muito as mecânicas (e não tinha grana pra comprar os livros básicos de D&D pra aprender mais), mas assim que me mudei para Curitiba comprei o primeiro e segundo números da Dragonslayer. Até comprar essa revista eu não fazia a menor idéia do que era RPG. Apenas com ela eu passei a compreender o que era o Trio Tormenta, conheci inúmeros sistemas e ambientações, aprendi mais sobre edições antigas do D&D, adquiri crivo de julgamento para novos e velhos sistemas e ambientações, li romances baseados em cenários, comprei meus livros (finalmente!) e hoje em dia posso dizer com segurança que tenho conhecimentos sólidos do hobby.

Eles podem espernear, negar e caçoar: mas pode ter certeza que todo RPGista já se imaginou assim enquanto jogava.

“Ok, Thomas, sua história de vida é linda, você merecia aparecer no Programa do Gugu. Mas este é um blog sobre escrita. O que essa atividade demoníaca tem a ver com escrita?”, você pergunta. Minha resposta é simples: tudo.

RPG é, essencialmente, a criação de uma história em conjunto com amigos bebendo refrigerante quente e comendo salgadinhos. RPG é a invenção de um mundo, é a descrição de ações, aparências. É plot twist, é drama e surpresa. Um bom RPG tem história para vários livros. E o pior é que eles realmente existem. Cenários de RPG geram uma literatura sólida e de público fixo, ainda que seleto aos maiores fãs do gênero. Qual RPGista veterano nunca ouviu falar de Elminster: The Making of a Mage? E qual viciado por beholders nunca entrou em uma livraria especializada e ficou babando para os épicos nove volumes de War of the Spider Queen? Eu mesmo sempre uso A Trilogia Tormenta como exemplos nos meus posts.

RPG e literatura andam de mãos dadas, ainda mais se for o tipo de literatura que abordamos aqui na Taverna. Por mais que você não vá encontrar adaptações de Querido John por aí, pode esperar que no próximo número da Dragonslayer teremos uma bela adaptação de Avengers com as mesmas imagens que todo mundo já viu do filme. O Senhor dos Anéis foi o pai dos wargames, jogos de tabuleiro que simulavam guerras, estilo WAR, que por sua vez foram pais do RPG. Indiretamente, RPG nasceu de literatura fantástica. Além disso, estamos vendo hoje em dia que uma boa parte do público de RPG não joga ativamente mas continua consumindo material escrito por puro prazer. Pensando nisso, publicações como o Guia do Mundo de Reinos de Ferro, que unem regras e descrição de ambientação, estão cada vez mais comuns.

E aí, RPGista. Muita nostalgia dos bons tempos de RPG nos sábados de tarde?

Enfim, este post não teve quase nada de aproveitável para o conteúdo comum da Taverna, mas é um tema que deu pra aproveitar. RPG e literatura fantástica andam de mãos dadas, um promovendo e recriando o outro. Se você nunca tentou jogar, dê uma chance (e não se intimide pela aparência dos nerds que irão jogar com você: lembre-se que eles tem mais medo de você do que você deles). Se faz muito tempo que não joga, reúna seu antigo grupo e tire uma tarde de inverno pra revisitar aquele seu meio-orc bárbaro com 3 de Inteligência. Leia material de RPG, leia romances ambientados em RPG, faça versões escritas das aventuras do grupo. E divirta-se, por que se você não se diverte jogando RPG, é por que está jogando errado.


Thomas não joga RPG fazem meses e

irá remediar esta situação domingo que vem.

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As viagens da Tartaruga: estranhos chapéus e lagos congelados

abril 23, 2012 2 comentários

Muito tempo se passou desde que a Tartaruga pôde ir a algum lugar. Perdida entre bolsos de casacos e mochilas, ela já se perguntava se algum dia voltaria a ver a fria luz artificial de algum café de shopping outra vez. Sentia-se presa. Sentia-se inexoravelmente solitária. Abandonada. Sentia-se como Faye: muda, esquecida pelos pais,  sem escolha ou escapatória.

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